Procurando ‘Odonto’ em BH: O Olhar de uma Nova Geração sobre a Saúde Bucal
Recentemente, meu sobrinho, um jovem universitário de 20 anos, me pediu uma indicação de dentista. Eu comecei a listar os nomes de profissionais sérios e experientes que conheço. Ele me ouviu pacientemente e, ao final, sacou o celular e disse: “Valeu, tio. Vou dar uma pesquisada aqui no Insta em ‘#odontoBH'”. Fiquei fascinado. A busca dele não era por um “consultório odontológico”; era por “odonto”. Uma palavra. Uma hashtag. Uma nova forma de se relacionar com a saúde.
O erro da minha geração de profissionais, talvez, seja o de não entender que a forma como os mais jovens buscam e validam serviços mudou completamente. A jornada do paciente hoje começa, muitas vezes, na tela de um celular, guiada por uma estética e por uma prova social digital.
Observei meu sobrinho em sua busca. O primeiro filtro dele era puramente visual. Ele rolava o feed do Instagram. As clínicas que chamavam sua atenção eram aquelas com um design moderno, “instagramável”. Um consultório com uma parede de neon, uma cadeira de cor vibrante, uma recepção que parece um café descolado. A textura de uma foto bem produzida, com uma iluminação perfeita, era o primeiro convite.
Ele não estava procurando por um diploma na parede. Estava procurando por um ambiente que refletisse seu próprio estilo de vida, sua própria identidade.
O segundo filtro era a prova social. Ele não lia artigos ou currículos. Ele olhava o número de seguidores do dentista. Ele assistia aos Stories para ver a “personalidade” do profissional. Ele lia os comentários nas fotos. O som da validação, para ele, não era o de uma indicação de um colega, mas o de dezenas de comentários positivos de outros jovens.
Ele buscava por dentistas que eram, eles mesmos, “influenciadores”. Profissionais que mostravam os bastidores, que davam dicas, que se comunicavam na mesma linguagem que ele.
Por fim, a praticidade. Ao gostar de um perfil, ele não procurava um telefone para ligar. Clicava no link da bio e esperava encontrar um botão para agendar a consulta diretamente pelo WhatsApp. A ideia de ter que fazer uma ligação telefônica era, para ele, um atrito desnecessário.
A jornada de busca por “odonto em BH” do meu sobrinho foi uma aula para mim. Mostrou que a nova geração valoriza a estética, a prova social e a conveniência digital tanto quanto, ou talvez até mais, do que as credenciais tradicionais.
Isso não significa que eles não se importam com a qualidade técnica. Mas, para eles, a qualidade técnica é uma premissa básica. O desempate, a escolha final, é feita com base na conexão e na identidade que o profissional consegue construir no ambiente digital. É uma nova era para a odontologia, e os profissionais que entenderem essa mudança sairão na frente.
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