Madrugada de Dor: A Busca Desesperada por um Dentista 24 Horas em BH
Eram duas da manhã de uma terça-feira. O silêncio da madrugada era absoluto, quebrado apenas pela batida do meu próprio coração e por uma dor latejante e insuportável que parecia vir do centro da Terra e se instalar em um dos meus molares. Uma dor de dente não é uma dor comum. Ela tem uma qualidade invasiva, que domina todos os seus pensamentos. E, naquele momento de desespero, minha única esperança estava na luz fria da tela do meu celular, onde digitei, com as mãos trêmulas: “dentista 24 horas BH“.
O erro é achar que uma dor de dente “vai passar com um analgésico”. Quando ela chega nesse nível de intensidade, ela não é mais um aviso; é uma emergência. E não há bravura que resista.
A sensação de vulnerabilidade é total. Você está com dor, cansado, e o mundo lá fora está dormindo. A busca se torna uma corrida contra o relógio da sua própria agonia. Liguei para o primeiro número que apareceu. Caixa postal. O segundo. Ninguém atendeu. O som do telefone chamando no vazio ecoava o meu próprio desamparo.
A textura do desespero é a de rolar a página de resultados, rezando para que o próximo link seja a solução. Finalmente, encontrei o site de uma clínica que anunciava “Atendimento 24 Horas”. Liguei, sem muita esperança. E, para o meu imenso alívio, uma voz sonolenta, mas profissional, atendeu: “Pronto Socorro Odontológico, bom dia”. Naquele momento, aquela voz era a mais bonita do mundo.
Dirigir pelas ruas vazias de Belo Horizonte no meio da noite em direção à clínica, no bairro Funcionários, foi uma experiência surreal. Cheguei a uma portaria de um prédio comercial, toquei o interfone, e o portão se abriu. A clínica era um oásis de luz e assepsia em meio à cidade adormecida.
Fui recebido por um dentista plantonista. Um jovem profissional, com a expressão calma de quem está acostumado a lidar com o desespero alheio. A cadeira do dentista, que muitas vezes nos causa ansiedade, naquela madrugada, me pareceu o lugar mais seguro do mundo.
Após um rápido exame e uma radiografia, o diagnóstico: uma pulpite aguda. Uma inflamação do nervo do dente. O tratamento de emergência era abrir o dente e remover o nervo inflamado para aliviar a pressão. O procedimento foi feito com uma habilidade e uma calma que me tranquilizaram. E, quando ele terminou, a dor, aquela dor lancinante que havia dominado meu universo, simplesmente desapareceu.
A experiência com um dentista 24 horas em BH me ensinou uma lição profunda sobre gratidão. Sou imensamente grato por esses profissionais, os heróis anônimos das madrugadas, que abrem mão de seu sono para cuidar da dor dos outros. E a lição prática: tenha sempre o número de uma boa urgência odontológica na sua agenda. Você nunca sabe quando a noite vai se transformar em um pesadelo de dor.
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