Implante dentário dói? Dr. Fabiano esclarece suas dúvidas

A perda de um dente é uma experiência que vai muito além da estética. Ela afeta a confiança, a mastigação e até a forma como nos relacionamos. Nesse cenário, o implante dentário surge como a solução mais moderna e eficaz para restaurar não apenas o dente perdido, mas a qualidade de vida. No entanto, uma pergunta quase sempre precede a decisão: “Doutor, mas… dói?”.
Esse receio, perfeitamente normal, é o principal motivo que adia a busca por um sorriso completo. A ideia de uma cirurgia na boca pode parecer assustadora, mas a realidade da implantodontia moderna é muito diferente do que o imaginário popular desenha.
Para quebrar essa barreira do medo, vamos responder, de forma honesta e direta, a essa e a outras perguntas cruciais sobre o universo dos implantes. É hora de trocar a ansiedade pela informação.

1. Afinal, a cirurgia para colocar o implante dói?
A resposta direta é: não. A cirurgia para a instalação do pino de implante é realizada sob anestesia local, a mesma utilizada em tratamentos de canal ou extrações. Isso garante que toda a área esteja completamente insensível. O que o paciente pode sentir é uma leve pressão ou uma vibração durante o procedimento, mas nunca dor.
É importante lembrar que o osso onde o implante é fixado não possui terminações nervosas como a polpa de um dente. Portanto, uma vez que a gengiva está anestesiada, o procedimento em si é indolor. Para pacientes muito ansiosos, existem ainda opções como a sedação consciente, que promove um relaxamento profundo e torna a experiência ainda mais tranquila.
2. O que realmente posso e não posso fazer após a cirurgia?
O sucesso da recuperação está nos detalhes. Os cuidados são muito parecidos com os de uma extração:
- Nas primeiras 48h: Aplicar gelo na bochecha, evitar esforço físico, não fazer bochechos ou cuspir, e consumir apenas alimentos líquidos e pastosos frios (sorvete, açaí, vitaminas, sopas frias).
- Na primeira semana: Manter uma higiene bucal delicada na região, evitar alimentos duros ou com pequenos grãos e não fazer esforço físico intenso. Mastigar sempre do lado oposto.
- O grande vilão: Fumar. O cigarro compromete severamente a circulação sanguínea e, consequentemente, a cicatrização, aumentando muito o risco de insucesso do implante.
3. Todo o processo demora muito? Em quanto tempo terei meu dente de volta?
O tratamento com implante tem algumas etapas, e o tempo total varia. Após a cirurgia de instalação do pino de titânio, inicia-se o período mais importante: a osseointegração. Esse é o processo biológico em que o osso “abraça” e se funde ao implante, tornando-o uma base sólida e permanente.
Esse período leva, em média, de 3 a 6 meses. Durante esse tempo, o paciente pode ou não usar uma prótese provisória, dependendo do caso. Somente após a osseointegração completa é que a coroa definitiva (o dente de porcelana) é confeccionada e instalada sobre o pino. Existem técnicas de “carga imediata”, onde um dente provisório é colocado no mesmo dia da cirurgia, mas elas são indicadas apenas para casos muito específicos.

4. Qualquer pessoa pode fazer um implante dentário?
A grande maioria das pessoas que perderam um ou mais dentes e possuem boa saúde geral é candidata ao implante. A idade não é um impeditivo. As principais contraindicações são:
- Falta de osso: Pacientes que perderam o dente há muito tempo podem ter sofrido uma reabsorção óssea. Nesses casos, um enxerto ósseo pode ser necessário antes da instalação do implante.
- Doenças sistêmicas não controladas: Diabetes ou hipertensão descontroladas, por exemplo, precisam ser estabilizadas antes do procedimento.
- Pacientes em tratamento de câncer: Quimioterapia e radioterapia na região da cabeça e pescoço contraindicam o procedimento temporariamente.
5. Qual a durabilidade de um implante? É para a vida toda?
O pino de titânio, uma vez osseointegrado, foi projetado para durar a vida inteira. A coroa de porcelana (o dente artificial) também é extremamente durável, podendo durar décadas.
A longevidade do seu implante depende de dois fatores principais: a execução de um profissional qualificado e, principalmente, os seus cuidados em casa. Um implante exige a mesma higiene de um dente natural — escovação e, fundamentalmente, o uso de fio dental ou escovas interdentais para limpar a região entre o implante e a gengiva. Visitas regulares ao dentista para manutenção e limpeza profissional também são essenciais.

6. Qual a sensação de ter um implante na boca? É igual a um dente natural?
Após o período de adaptação, a sensação é extremamente natural. Como o implante está fixado no osso, ele oferece a mesma segurança e estabilidade de um dente natural para mastigar e falar. A única diferença sutil é que o implante não possui o ligamento periodontal, que é uma camada de fibras que temos em nossos dentes naturais e que nos dá uma sensibilidade fina à pressão. Na prática, para o dia a dia, essa diferença é imperceptível.
Conclusão: Um Investimento em Você
A decisão de fazer um implante dentário é um investimento direto na sua saúde, autoestima e qualidade de vida. A odontologia moderna transformou o procedimento em uma experiência segura, previsível e, sim, confortável. O pequeno período de cuidados pós-operatórios é um preço muito baixo a se pagar pelo benefício duradouro de poder voltar a sorrir, falar e comer com total confiança. Se o medo da dor era o que te impedia, agora você tem a informação. O próximo passo é conversar com um profissional de sua confiança e redescobrir a alegria de um sorriso completo.