
Camila, 26 anos, viu a imagem na radiografia panorâmica e sentiu um calafrio. Um dos seus dentes do siso inferiores não estava apontando para cima, como um dente normal. Estava completamente na horizontal, “deitado” e empurrando a raiz do dente vizinho. O dentista usou o termo técnico “impactado” e a encaminhou para um especialista. A busca por informações sobre “cirurgia para tirar dente do siso deitado bh” revelou um cenário mais complexo e caro do que uma extração comum, e a ansiedade aumentou.
A remoção de um siso impactado (ou incluso) é um dos procedimentos mais desafiadores da cirurgia oral menor. O custo elevado, que pode facilmente ultrapassar R$ 1.500 por dente em Belo Horizonte, não é um exagero, mas um reflexo direto da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.
Um dente do siso que não encontra espaço para nascer e fica preso dentro do osso maxilar não é um problema inofensivo. Ele é uma bomba-relógio.
“Um siso deitado pode causar uma série de problemas”, alerta Dr. Marcos Faria, cirurgião bucomaxilofacial. “Ele pode gerar inflamações recorrentes na gengiva (pericoronarite), reabsorver a raiz do dente vizinho, causar apinhamento nos dentes da frente e, em casos mais raros, levar à formação de cistos ou tumores odontogênicos. A indicação de remoção é, na maioria das vezes, preventiva e terapêutica.”
Enquanto uma extração simples envolve basicamente “puxar” o dente, a cirurgia de um siso impactado é muito mais invasiva. “Precisamos cortar a gengiva para expor o osso. Depois, com uma broca cirúrgica, removemos o osso que cobre o dente (osteotomia). Muitas vezes, precisamos cortar o dente em vários pedaços dentro do osso para conseguir removê-lo (odontossecção). É um procedimento que exige força, precisão e um conhecimento profundo da anatomia local”, detalha o Dr. Faria.
A complexidade da cirurgia eleva o custo e, mais importante, exige um profissional com uma qualificação específica.
O valor mais alto é justificado pelo tempo cirúrgico, que é muito maior; pela quantidade de material utilizado; e, principalmente, pelo nível de risco. “Nessa região passam nervos importantes, como o alveolar inferior, que dá sensibilidade ao lábio. Uma lesão nesse nervo pode causar parestesia permanente. O risco é baixo nas mãos de um especialista, mas existe”, pontua o cirurgião.
Casos de sisos impactados, especialmente os inferiores “deitados” e próximos ao nervo, devem, idealmente, ser tratados por um cirurgião bucomaxilofacial. Este especialista tem formação hospitalar e está mais preparado para lidar com as possíveis complicações. Contratar um clínico geral para uma cirurgia dessa magnitude para economizar é uma aposta perigosa.
Camila entendeu que seu caso não era uma simples “extração de dente”. Era uma cirurgia ortopédica na boca. O preço, ela concluiu, não era apenas para remover um dente problemático, mas para contratar a perícia e a segurança de um especialista capaz de navegar por uma anatomia complexa sem deixar sequelas.
WhatsApp us