Bichectomia em BH: Uma Análise Criteriosa da Cirurgia que Afina o Rosto
Na era das redes sociais, novos padrões estéticos e novos procedimentos surgem com uma velocidade impressionante. E um dos que mais ganhou fama nos últimos anos foi a bichectomia, a cirurgia que promete afinar o rosto através da remoção de uma gordura da bochecha. Confesso que a promessa de um rosto mais definido e anguloso me despertou a curiosidade. Como um advogado que precisa analisar todos os ângulos de um caso, decidi investigar a fundo os prós e os contras desse procedimento em BH.
O erro, especialmente com procedimentos que viram “moda”, é aderir sem um questionamento profundo. A popularidade de uma cirurgia não é sinônimo de sua indicação para todos.
Minha primeira conversa foi com meu cirurgião plástico de confiança. Eu queria entender a anatomia. Ele me explicou que a “Bola de Bichat” é um compartimento de gordura profundo que todos nós temos na bochecha. Em crianças, ela é maior e confere o rosto mais arredondado. Em adultos, ela tem uma função de coxim, de suporte para os músculos da mastigação.
A bichectomia é um procedimento cirúrgico, muitas vezes realizado pelo cirurgião-dentista bucomaxilofacial, onde, através de uma pequena incisão por dentro da boca, essa bolsa de gordura é removida parcial ou totalmente. O resultado é uma depressão na bochecha, logo abaixo da maçã do rosto, que cria a ilusão de um rosto mais fino.
Foi na segunda parte da conversa que meu ceticismo de advogado se acendeu. O cirurgião me explicou que a bichectomia é um procedimento muito controverso na comunidade médica séria. Por quê? Porque aquela gordura que é removida tem uma função de sustentação.
“Doutor”, ele disse, com uma seriedade que me marcou, “nós já perdemos gordura facial naturalmente com o envelhecimento. Remover a Bola de Bichat, que é uma gordura profunda de sustentação, pode até dar um resultado interessante aos 30 anos, mas aos 50 ou 60, pode levar a um envelhecimento precoce, a uma aparência de rosto ‘chupado’, esquelético”. O som da expressão “envelhecimento precoce” foi um grande alerta.
A conclusão do meu cirurgião, e de outros profissionais sérios que pesquisei, é que a bichectomia tem indicações muito, muito restritas. Talvez para pacientes que, mesmo magros, têm uma característica genética de um rosto excessivamente redondo, uma “bochecha de Kiko”.
Para a grande maioria das pessoas, o procedimento é desaconselhado. A busca por um rosto mais fino pode ser alcançada de formas muito mais seguras e inteligentes, como o emagrecimento ou o uso de preenchedores para realçar o queixo e a mandíbula, criando um efeito de contraste.
Minha investigação sobre a bichectomia em BH me levou a uma decisão firme: é um procedimento que eu jamais faria ou recomendaria a um cliente sem uma análise extremamente criteriosa dos riscos de longo prazo. É um lembrete de que nem toda novidade é uma evolução, e que, em medicina, a prudência e a visão de futuro são sempre as melhores conselheiras.
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